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vendredi, janvier 30, 2004

Melgas! 

Vão pela rua em passo normal. Não demasiado lento, não muito depressa. Vestem fato e gravata. As cores da camisa não condizem com as meias brancas. De quando em quando abordam o transeunte. Vestem fato e gravata para importunarem quem passa. Vendem fé, aquelas testemunhas de Jeová. Melgas!
Com uma cassete gravada sobre Jesus Cristo – que faz lembrar a outra, a do PCP – e as desvantagens da Igreja católica, ficam espantados quando alguém os interroga sobre algo que não vem nos manuais decorados. Aprendem a religião de cor e tentam colá-la nos corações de quem passa.
A fé não se vende, nem se cola, ganha-se. Melgas!
Carlos Caldeira

jeudi, janvier 29, 2004

Tabaco 

Há cada vez mais fundamentalistas. E então no que diz respeito ao tabaco, safa! São aos molhos. Começa mesmo a ser moda não fumar.
Um gajo que seja apanhado de cigarro nas mãos fica mal visto. E se estiver de charuto, então, é corrido à bofetada.
As tabaqueiras não ligam muito ao assunto, pois, por cada um adulto que larga o tabaco, logo aparecem umas dezenas de teenagers inconscientes a largarem baforadas de fumo, ao mesmo tempo que fazem olhinhos à menina que têm à frente e agarram no seu Yorn com câmera digital, e-mail e sons polifónicos (melhor, escaganifobéticos).
Também eu já tentei deixar de fumar. Fartei-me daqueles montes de olhos centrados em mim, como se fosse eu um assassino, ou se me estivesse a preparar para assaltar um banco. Nessa altura dirigi-me à farmácia e comprei um daqueles maços de cigarros de eucalipto. A caminho do meu banco, abri o maço e acendi o primeiro cigarro saudável. Quando estava na fila do caixa, ouvi:
- Ó Neves, não te cheira a queimado?
- É, fios queimados. Deve ter sido outra vez a merda dos fusíveis que rebentaram.
Assim, como quem não quer a coisa e sem querer dar muito nas vistas, deixei cair o cigarro de eucalipto para o chão e pus-lhe o pé em cima.
Nesse mesmo dia, voltei à farmácia. Comprei daqueles emplastros para colar
no braço. Ao fim de duas horas, desisti, enrolei o emplastro e fumei-o. De qualquer modo, um dia vou morrer na mesma, que se lixe.
Agora, sempre que alguém me olha de esguelha, com ar de quem reprova o meu cigarro, não ligo. É-me fácil abstrair-me desses olhares severos; basta-me lembrar o sabor dos cigarros de eucalipto.
Olha, vai um cigarrinho?
Carlos Caldeira

mercredi, janvier 28, 2004

Aborto... 

Ando com vontade de aqui escrever sobre o aborto, mas acho que ainda não estou preparado para levar com um montão de comentários negativos...
Vou esperar mais um pouco.
Carlos Caldeira

Debate interessante no Fumaças 

João Carvalho Fernandes, do Fumaças, propõe um debate sobre o crescimento do sindicalismo em Portugal. Vale a pena dar uma espreitadela e deixar uma opinião.
Carlos Caldeira

Futebol foge ao rastreio físico 

A maior parte das federações desportivas não recorre aos serviços do Centro Nacional de Medicina Desportiva (CNMD), apesar do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) exigir exames médicos identificados a todos os atletas, diz o Diário de Notícias de ontem.
“Os atletas, os clubes e as federações podem recorrer a um médico particular para analisar os seus atletas, bastando a estes preencher o formulário
e assinar sob responsabilidade”, afirmou Joaquim Fonseca Esteves, director do CNMD ao DN. Este médico diz ainda que “são as próprias federações que pressionam o IDP para facilitar ao máximo estes procedimentos”. Tudo isto com os riscos inerentes para a saúde dos próprios atletas.
Era isto que eu queria dizer uns post’s abaixo. O grito da vitória soa mais alto que a saúde e a vida humana.
Na década de 90 foram testados pelo CNMD 54.421 atletas, entre os quais se detectaram 96 casos com contra-indicações físicas que inibiam esses atletas de praticarem desporto. Assim, é normal que alguns deles vão morrendo em directo.
Carlos Caldeira

mardi, janvier 27, 2004

Estou de cama, raios! 

Estou farto! Desta maldita constipação que me atordoa, com dores e suores frios. Alguém tem por aí um bom anti-gripe? :-)
Carlos Caldeira

lundi, janvier 26, 2004

Outra vez futebol... 

A Marta Ataca fala também da morte do futebolista. E expõe uma lista com outros casos de morte súbita de atletas em campo:
Julho de 2003 - Maximiliano Patrick Ferreira (Brasil)
Junho 2003 - Marc-Vivien Foe (Camarões)
Abril de 2003 - Nuno Mendes (Portugal) Fevereiro de 2003 - José Roberto Rodas (Paraguai)
Março 2002 - Paulo Pinto (Portugal)
Outubro de 2002 - Márcio dos Santos (Brasil)
Novembro de 2001 - Ernesto de la Torre (Espanha)
Março de 2001 - Diego Garcia (Espanha)
Agosto de 1999 - Samuel Okwaraji (Nigéria)
Setembro de 1990 - Dave Longhurst (Inglaterra)
Agosto de 1987 - Navalho (Portugal)
Dezembro de 1973 - Pavão (Portugal)
Julho de 1963 - Constantin Tabarcea (Roménia)

Há aqui qualquer coisa que não bate certo.
Carlos Caldeira

Vai e não voltes! 

No meio de arrumações de fim-de-semana, entre os velhos jornais à espera de serem acabados de ler, encontrei uma pérola.
Detesto dizer mal da concorrência. Mas quando tem de ser, tem de ser. E, para mais este gajo, que escreve no “Saco de Plástico”, nem sequer é meu concorrente.
Rui Henriques Coimbra, há tempo demais nos Estados Unidos da América, veio a Lisboa passar a quadra Natalícia. E aproveitou para escrever um artigo, certamente depois de uma noite de copos e sem nada para dizer, a gozar com a Nossa Senhora de Fátima. Não gostei.
Foi na edição de 3 de Dezembro de 2003, no “Expresso”.
Diz o homem: “Achei Fátima uma maravilha. Comemos torradas fofas e bolaria (…), vasculhei tudo o que era loja à procura do objecto ideal (uma Virgem Maria fosforescente que, no escuro da minha residência em Los Angeles, me iluminará o caminho até à bênção que é sempre ver uma retrete disponível a meio da noite) e voltei a Lisboa ciente de que, no Minho ao Algarve e do Durão barroso aos Vendilhões do Templo, o país estava bem, muito bem entregue. Até tive pena de me ir embora”.
Se só cá veio para beber uns copos e gozar com a crença de milhares, olhe, vá e não volte.
Carlos Caldeira

Futebol 

Ontem, em pleno jogo, morreu mais um jogador de futebol com ataque cardíaco. Desta vez calhou ao Benfica. Não percebo nada de futebol, não gosto e nunca vi um jogo. Mas parece-me saber o suficiente para questionar a eficiência dos médicos desportivos de competição. São médicos para assegurarem a saúde dos jogadores, ou para assegurarem que eles darão o litro em todas as competições, de modo a justificarem os milhões de euros que recebem mensalmente? Estes médicos não obrigam os atletas a exames periódicos? Não sabem de antemão se um jogador se dopa, se toma anabolizantes?
Não acredito que não saibam. Mas acredito que o grito de vitória de um clube e dos seus adeptos seja bem mais precioso que a vida humana.
Carlos Caldeira

O Blog da Papoila já funciona 

Até que enfim, já consigo visualizar o Blog da Papoila. E o da Origem do Amor - do qual só me aparecia meia página. Devia ser problema do meu material informático.
Carlos Caldeira

vendredi, janvier 23, 2004

Não consigo abrir o Blog da Papoila... 

Não tenho conseguido abrir o Blog da Papoila. Alguém tem tido a mesma dificuldade?
Carlos Caldeira

jeudi, janvier 22, 2004

Alívio 

Gosto da sensação do cansaço intelectual, precisamente da altura em que posso dizer “terminei o trabalho”, e que sinto uma sensação de alívio. Fico com a cabeça meio vazia de pensamentos e cheio de vontade de relaxar.
Carlos Caldeira

Sono... 

Que raio! Quando se me acaba hoje o dia de trabalho? Estou com a neura e cheio de vontade de dormir uma sesta.
Carlos Caldeira

Paciência 

Admiro tanto a capacidade que algumas pessoas têm de só dizerem aquilo que entendem, no preciso momento em que sentem que devem fazê-lo. São capazes de ouvir as maiores provocações sem franzir uma sobrancelha, deixando que o interlocutor morra do seu próprio veneno, estrangulando em contradições e num discurso incoerente, provocado pela raiva de sentir que o outro não o acha merecedor de uma resposta. E isto sem ter dito uma palavra...
Não precisam de ganhar discussões, como quem acumula troféus de caça, nem têm medo que o seu silêncio ou poucas palavras seja interpretado como ignorância.
Carlos Caldeira

mercredi, janvier 21, 2004

Retalhos da vida de um homem 

Pouco passa da meia-noite, é certo, mas passam já alguns minutos. Passámos por isso de dia; em termos de calendário, claro.
Cheguei a casa por volta das onze horas e quinze minutos da noite, depois de ter subido toda a serra que vai da estação de comboios até à minha casa. As camionetas por aqui acabam cedo. Fiz o percurso por etapas; facilita-me, pois torna-me a subida um pouco menos penosa, menos cansativa.
Cheguei a casa a escorrer água, não por causa da chuva que tem caído nas últimas horas, mas devido ao suor a que o cansaço me obrigou. Cheguei exausto.
Atirei a pasta de trabalho para um canto da sala – deveria tê-la atirado antes para um canto do escritório -, e , acto contínuo, dirigi-me à cozinha, onde tinha já os meus filetes temperados. Acendi o fogão, onde refoguei um bom pedaço de alho, sal e pimenta e de seguida fiz um molho de mostarda e açafrão bem embebido em natas. Só depois lhe misturei os filetes, aos quais lhe dei uma ligeira fritura. Não que adore peixe cru, mas acho que o peixe congelado já vem meio confeccionado. Após o molho estar pronto, os filetes ficaram prontos a comer em seis ou sete minutos. Agarrei num pedaço de pão, enfiei-o na frigideira, assoprei-o – não fosse queimar os beiços -, e provei-o. Óptimo. Estava óptimo.
Mas, no entanto, o cansaço foi mais forte do que eu, e do que a fome (que estaria escondida algures, num canto secreto do meu estômago, ou bloqueado no cérebro).
O puré de batata que previ fazer, bem salpicado de noz moscada, ficou por fazer. Desliguei o fogão e as luzes da cozinha, depois de ter tapado a frigideira – não vá, sabe-se lá porquê, algum bicho esquisito querer comer aquilo que eu vou comer um pouco mais tarde.
Dei alguns passos, espreitei o escritório, o resto dos quartos e as suas respectivas casas de banho, como que para me certificar de que estava realmente sozinho em casa. E o que rapidamente tinha previsto consumou-se. Sozinho. Sem intrusos, nem ladrões; safa!
Foi na sala que me instalei, até que a fome me chamasse, novamente, a atenção. Por ali fiquei um bom bocado a ouvir um pouco de soft jazz, misturado com free jazz, enquanto fumava um ou outro cigarro, um atrás do outro, por intervalos de tempo mais ou menos curtos, ou mais ou menos longos, ao mesmo tempo que ia bebendo o vinho branco que tinha destinado para o meu quase-sushi.
Houve alturas em que pensei: "«Vou adormecer aqui, a ouvir esta música até a deixar de ouvir. Até passar para o mundo dos sonhos, ou do sono profundo"». Mas resisti. Fiquei bem acordado por um bom par de horas, até que a barriga me começou a dar horas; com aquele ratinho a remoer-me o estômago. Foi nessa altura que logo pensei em me levantar apressadamente do sofá onde estava esponjado e dirigir-me apressadamente para a cozinha, destapar a frigideira, voltar a acender o fogão para que o meu molho de açafrão e mostarda voltasse a ficar líquido, em vez daquela consistência viscosa. Foi nessta mesma altura que a música parou e a sala, e toda a casa, ficou em silêncio. Silêncio, uma maneira de dizer, ou de tentar – omitindo -, explicar o que ouvia.
Antes de me levantar do sofá, onde há um bom par de horas estava estendido, no meio daquele silêncio quase rural – vivo longe das grandes estradas -, ouvi o som da chuva. Fiquei um bom bocado no meio do silêncio da casa a ouvir o cair da chuva (que tanto adoro ouvir, desde que esteja bem abrigado; e na altura estava).
Decidi que o meu quase-sushi poderia esperar mais um pouco, pois os prazeres da vida não podem ser gozados todos de uma só vez – acho eu, pelo menos é o que o correr, contínuo, da vida me tem ensinado, ou obrigado.
Fiquei uma dezena de minutos a ouvir a chuva a cair. Sossegado. Sim, sossegado, até ao segundo em que fui sobressaltado por um enorme trovão. "«Uma trovoada, em começo de Primavera"», pensei, achando esquisito. E ao mesmo tempo voltei a pensar: "«Uma trovoada, em plena Primavera, com relâmpagos e tudo, não acontece todos os dias"». É uma dádiva de Deus, ou da natureza, ou dos dois, ou só do primeiro que criou a natureza, mas não acontece todos os dias; pelo menos com este esplendor, de relâmpagos consecutivos, que parecem querer que a noite se faça já dia.
Foi então que me ocorreu correr para a janela e apreciar cinco prazeres da vida ao mesmo tempo: o silêncio da casa, o cair da chuva, o troar dos trovões, a luz dos relâmpagos e o meu quase-sushi.
Foi coincidência, sorte, o destino, pensei. Deve ter sido sorte, voltei a pensar.
E logo me veio ao pensamento: "«se for sorte, no sábado ganho o totoloto"». Se não for, vou continuar pobre, maldito destino, desconhecido mas marcado.

Nota: Reposição, que hoje é um daqueles dias em que o trabalho me deixa sem tempo para o blog...
Carlos Caldeira

mardi, janvier 20, 2004

Assim me sinto, aqui sentado... 

Sinto uma certa vontade de não viver, mas sem vontade de me matar. Tenho medo, de ter medo, e de ser sobressaltado pelo medo que tenho de ter medo. Falta-me, qualquer coisa me falta. Ou não me falta nada. Sinto apenas uma profunda tristeza interior.
Hoje estou assim, parado, calado. Ontem saltava, eufórico – nem me lembro de quê. Há dias e dias. Há coisas intemporais e outras temporais. Hoje estou sem temperamento para a paciência, para o pensamento. Talvez mais tarde, agora não.
Mas tudo pode melhorar, tudo pode mudar. Se começar hoje, terei a certeza que amanhã será melhor. Mas é preciso começar. Mas hoje não. Por amor de Deus, hoje não que me dói o corpo e a alma. Sofro. Como se sofre com uma tempestade: nada podemos fazer.
Tenho medo. Medo e revolta. O medo gera a revolta e a revolta assusta-me. Estou com medos de nada e medos de tudo.
Estou a fugir. Tento-me prender à terra – o corpo, o corpo -, e fujo para longe, para lugares antigos e futuros, que são os meus, longe do circo experimental das aparências.
Aprisionado no meio daquilo que não quero, dissolvo-me numa espécie de ser humano que vive a vida que não imaginou. Assim, só isto. Eu sei. É difícil, impossível, visualizar esta sequência.
De voz baixa, escrevendo com a mão direita, fumando com a esquerda, e com a loucura intratável espelhada nos olhos, pareço um milagre de contenção e de desespero iminente. Assim não há Deus que me valha. Deixem-me um pouco em paz. Se alguém fez mal a deus, não fui eu, nem sequer lá estava. Deus, nunca vi nada igual. Mas sei, percebo, que esse é o teu papel: introduzir coisas inimagináveis na minha vida. E nem assim sinto o perigo real de enlouquecer – quem me dera; que esta vida mais me parece a porta de entrada para o Inferno. Talvez o melhor seja não me preocupar. Talvez seja apenas uma questão de tempo.
Posso fugir disto, daquilo, de tudo, ou posso confrontar a situação, controlá-la. Mas nunca ninguém ouviu dizer que a persistência pode ser uma enorme estupidez?
Ando baralhado. E o pior é que o meu psiquiatra é desconfiado: mais uma semana e interna-me!
Carlos Caldeira

10 Gin’s de Sonho 

Pouco passava da meia-noite e tudo estava a correr bem. Aquele convite foi das melhores coisas que me ofereceram nos últimos meses. As festas à beira-mar revitalizam-me o corpo e a alma. E, claro, o Gin estava óptimo, tanto quanto as conversas.
- Olá Filipa. Vejo que a sussurrar como estão, tu e a Joana, só podem estar na má língua – disse eu, mais com vontade de meter conversa do que outra coisa; são feias, as duas. Mesmo de noite.
- Não estamos a dizer mal. Estamos só a comentar. Queres saber o quê? - disse logo a Filipa, já de boca aberta para me sussurrar a resposta. Mas não lhe dei tempo.
- Quero! – respondi-lhe antes que ela entrasse nos normais monólogos a que me já habituou (chego mesmo a passar pelas brasas e ela não dá por nada).
- Vês, ali ao canto esquerdo do bar, aquele gajo de calças de ganga e pólo azul? Sim, aquele. Está a dançar.
- Sim Filipa. E daí? Estamos numa festa, é suposto dançar-se.
- Ele dança porque quer seduzir. E quer seduzir porque é um homem.
Olhei-a de frente e pensei, de boca semi-aberta, mas sem proferir palavra: «Feia como és, bem podes dançar para mim, mesmo nua. Não levas nada». E logo lhe disse:
- Pois estás a ver aquela loira, ali do mesmo canto esquerdo, a que está a dançar com o teu suposto sedutor de polo azul?
- Sim, conheço-a. É uma grande amiga minha.
- Pois fica sabendo que passa a vida a fazer broches ao pessoal.
- Não acredito.
- Pois, bem podes acreditar. Aposto que se fosses um homem ela já te tinha feito pelo menos um.
- Mas porquê?
- Faz broches porque não é verdadeiramente desejada pelos homens. É um assunto em que deverias começar a pensar melhor -, disse-lhe, e, acto contínuo, pensei, «Foda-se! Nem assim. A ti não te como. Até de noite és feia».
-És maldoso! Que raio, estamos numa festa!
- Eu sei Filipa. É por isso que o gajo dança para seduzir, e ela lhe fará um broche para se sentir desejada. Estou apenas a comentar.
Tão bem que estava a começar a noite e logo teve de azedar a conversa. Beijei, ao de leve, o pescoço da Filipa (que merda de perfume que ela usa), assim como que em jeito de pedido de desculpa. E fugi - literalmente -, para uma mesa um pouco ao lado, onde estava sentada uma bonita morena - bem as mulheres ficam sempre mais bonitas depois do meu terceiro Gin tónico.
- Olá! Óptima festa, não acha?
- Sim. Adoro festas à beira-mar.
Eu sou daqui, ela dali, andou por aqui e por ali, conhece fulano e sicrano, faz isto e aquilo. Culta, uma morena culta, e bonita - cada vez mais bonita; a beleza de uma mulher é proporcional à quantidade de Gin bebido por um homem. Fartámo-nos de falar. Perdi no entanto grande parte da conversa. Aquele decote. Que raio de decote. Incomodava-me. Como pode uma morena bonita e culta vir para uma festa à beira-mar com um decote tão curto? Comecei a irritar-me. Ao menos que se baixasse um pouco, que deixasse cair qualquer coisa e a apanhasse. Nada.
Estava no quinto Gin e a morena não podia ser mais bonita. Parei de beber e decidi-me a expressar todos os meus sentimentos, de um modo directo, sem rodeios. Na verdade, tudo o que é espontâneo é sincero.
- Estou a adorar a conversa. Mas tenho de lhe fazer uma pergunta.
- Faça querido. Faça as que quiser. Desde que acabe a foder comigo pouco me importa o que está para aí a dizer.
A sinceridade é uma coisa linda.
Carlos Caldeira

lundi, janvier 19, 2004

Dificuldades... 

Há pessoas que não estão a dormir, mas precisam que lhe façam um desenho para compreenderem melhor o que se passa à sua volta.
Carlos Caldeira

Desespero 

Vinha na rua a andar calma e despreocupada, a pensar, sozinha, em todos os problemas que lhe consumiam a felicidade. Pensava. E andava. Rua acima, rua abaixo. Um pensamento mau, outro menos bom. Mas todos maus, todos tristes. Todos sobre a tristeza do triste que é viver triste. Sentia-se só, sozinha, no meio de toda aquela multidão que atravessava as ruas, a falar, a cantar, a rir, a falar disto e daquilo, de tudo e de nada. Sozinha, a sentir-se só, entre encontrões e cotoveladas daqueles que a acompanhavam no passeio de fim de tarde, alegres até à exaustão, que riam, que adoravam a vida. E ela, desesperada, quase a adorar a morte, o silêncio total.
Carlos Caldeira

Pensamento 

O mito é o nada que é tudo.
Carlos Caldeira

dimanche, janvier 18, 2004

Problems... 

Acho que o meu blog não está a actualizar os posts... Que raio.
Carlos Caldeira

samedi, janvier 17, 2004

Perplexo 

Fiquei perplexo, com um sentimento de estar perdido no mundo, sem saber o que fazer. Então comecei a escrever, que não é mais do defender a solidão em que se está.
Carlos Caldeira

Destino 

Há muitos anos, marcámos encontro com o destino e chegou a hora de cumprirmos a nossa promessa.
Carlos Caldeira

vendredi, janvier 16, 2004

Falta de sono 

Não consigo dormir, nem me apetece. Preciso de estar acordado, atento ao que se passa à minha volta.
Insónias? Nem pensar! Só vontade de estar alerta, nem que seja com a ajuda de dois palitos entre as pálpebras.
Carlos Caldeira

jeudi, janvier 15, 2004

 

Estava sozinho. E ainda não tinha reparado. Só. Mesmo só. A dançar a dança da vida, só, sozinho. Sem ninguém por perto, sem ninguém que me aconchegasse, que me dissesse isto ou aquilo, que me criticasse, a bem ou a mal.
Foi só, sozinho, que optei por aquilo que sou hoje. Mal ou bem. Mas, sempre sou alguma coisa, alguém. Não jogo futebol, nem ganho milhões, não concorri a nenhum concurso de televisão que me tornasse famoso, nem sou artista porno. Sou apenas eu. Para o mal e para o bem. Só eu. Não sou um completo inútil... ao menos sirvo de mau exemplo.
Mas, nem, sempre sou alguém. E depois?! Há por aí alguém que tenha alguma coisa a dizer? Não acredito que haja, pois, eu, não estive nunca num reality show! Ninguém me conhece, e ainda bem! Sou, simplesmente, anónimo, no meio de uma multidão. Não é agradável, mas a vida é a vida.
Até aprendi a rir. Às vezes rio brutalmente. Mesmo quando não estou contente, para afastar a infelicidade. Depois penso. Penso em quê? Em nada, talvez. Em tudo, talvez. Talvez.
Penso, sim. Penso sempre. Sempre, naquela viagem que quero fazer. Uma viagem que começa e nunca mais acaba. Que viagem? Sei lá.
Que viagem? A minha mãe? Poderá dizer-se que começou com a sua morte? O começo de uma coisa é o fim de outra que começou noutra. Viajo desde o ventre da minha mãe. Foi muito cedo, mas já era tarde demais.
A Viagem? Bem, entre os Valium e os Bloody Mary’s, só me lembro de chegar ao aeroporto e pegar nas malas. Sinto-me a fazer uma viagem dentro de um labirinto.
Perco-me. Estou perdido no meio de tantos pensamentos, que me vão ocorrendo ao longo dos anos.
Quantos anos? Já tenho de fazer as contas, por vezes. Trinta e... Quer dizer trintão? Penso em quando tinha vinte e olhava os de quarenta. Quantos homens célebres morreram aos trinta, aos quarenta? Parecia-me outrora que era uma idade bastante. Penso agora: como? Sou ainda tão novo... Não fiz ainda nada, e há tanto a fazer!
Mas. Não me resta desejo algum. Não me resta amor algum. Nada. No entanto, o tempo é o melhor conselheiro.
Que horas são? A noite desceu devagar, entrou-me dentro de casa, a minha mão anoitece. Anoitecem os meus olhos, ò Deus, tão cansados. É uma hora solene, escrevo, escrevo. Escrevo sempre, mesmo quando nada tenho para escrever.
Noite plácida e grande.
Inspiração. Vem-me do espaço vazio, do silêncio eterno, da grande lua que vai subir no horizonte. Mas vem-me! Virá?
E penso. E lembro. É evidente que os mortos me lembram – eu disse que me não lembravam?. Lembram, mãe. Só não quero que fales. Faz apenas o que costumas fazer. Seduzir todos os que estão à tua volta. Nada mais. Faz-me viver de pequenos grandes encantos. Sempre tive curiosidade em saber quem iria ao meu enterro. A emoção, os sentimentos, as lágrimas. De tristeza e felicidade, de saudade e de inquietação. Até ao fim do mundo, onde se acabam todas as preocupações.
Quando a noite, como um vento, me devasta de terror, quando o silêncio é tão profundo que me oiço ser, lembro-me, sempre. E então é preciso uma coragem brutal para me não matar. A vida é tão adversa ao bem-estar, tão sinuosa, tão infeliz, que, cada vez mais, acredito que a morte não é o fim mas o princípio de qualquer uma outra coisa que desconheço. Descansa, não me matarei. Por enquanto, não. Tenho de ficar, nem que seja apenas para esclarecer as coisas.
De vez em quando grito para me ouvir, para me não esquecer de que estou aqui. Mas é terrível. Alguma coisa em mim, sem que eu saiba, está à espera de que lhe responda e fica assustada porque ninguém responde. Não domino nada. Conheço apenas a minha fatalidade. Nada mais.
A explicação do que sou, do que faço e vivo, é tão ridícula. No fim de contas, apenas constato. Sei o quê? Não sei nada. Vou aprendendo.
E no entanto aí, ainda e sempre. Ah, sim? Mas como? Não vivo com ninguém. Estou só. Na solidão absoluta. Que fiz eu da esperança?
Ando com a cabeça completamente perdida. Mas quero voltar a colar todos os cacos da minha vida.
Preciso de matar a memória, por agora. Não quero chorar, arre, já disse!
Deus me perdoe se estou em falta, mas doutro modo não consigo ser eu. Estou ainda onde me deixaram porque não tive razões para mudar. Saudade.
Saudade é solidão acompanhada É amar um passado que ainda não passou. Sentir que existe o que não existe mais.
Merda!
Não quero nada. A única conclusão é morrer, já dizia Pessoa. Lá por ser um sonho não quer dizer que nunca venha a acontecer. Que mal fiz eu? O meu primeiro instinto é ficar calado, mas não consigo. Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Meu Deus, dai-me paciência... mas tem que ser já! E, repetindo Pessoa, claro! Que outro podia ser?
Já, não. Não pode ser. Tenho uma entrevista. Vou entrevistar alguém. Arranco do bloco de notas, puxo da caneta e escrevo. Aquilo perturbou o meu entrevistado, que deixou de falar. Eu, porém, escrevo ainda, escrevo sempre. Possivelmente coisas que ele não disse. Por vezes escrevo como quem cumpre um horário. Talvez escreva à família. Mas escrevo, continuo a escrever. Todos os dias nascem palavras, todos os dias morrem palavras. O homem escandaliza-se. E depois? Nasci para escandalizar. É o único modo de se estar vivo. E continuo a escrever. Escrevo.
Reposição; mais uma que hoje tenho trabalho em demasia.
P.S. - com uma ajudinha do Pessoa.
Carlos Caldeira

Lar de Terceira Idade 

Morreu antes de morrer! Parou no tempo! Entrou num buraco negro, mas não avançou, nem se atrasou, no tempo. Simplesmente estagnou a vida num tempo, que já não era tempo e que já não lhe interessava, nem lhe fazia falta ou sentido. Simplesmente passava os dias. À espera.... Do dia... Da morte!
É assim um lar de idosos: uma antecâmara da morte. O sítio onde se espera que os homens da agência funerária nos venham buscar, cheios de flores, de simpatia, cuidados e ambição pela nota alta que os familiares vão pagar. É triste!
(Reposição)
Carlos Caldeira

mercredi, janvier 14, 2004

O Tempo que passa 

Aqui estou eu sentado, a pensar no tempo que passa. Sem alegria, nem glória. À espera que o Sol nasça. Sentado, à beira de um rio que corre sempre no mesmo sentido, sem retorno. Sem maré-alta. Sempre baixa.
Apago fogos no meu Inferno privado. Toco nas paredes da minha memória. Recordo tudo. Todo o meu passado, neste tempo que passa. Olho-me, a mim próprio, de alto a baixo, e observo todos os meus movimentos. Tento esquecer o que nunca chegou a acontecer. Talvez seja eu, talvez sejas tu, talvez seja apenas o tempo que passa.
Espero pelo Sol. Até amanhã, parece-me uma eternidade. Contemplo, paciente e demoradamente, o que a vista me alcança, enquanto oiço o que o silêncio teima em me dizer. Penso na minha angústia, que não é mais do que apenas uma variação da mesma história de sempre. Admiro-me com tanta energia gasta, em algo que se repete de forma tão pouco agradável.
E fico sentado, à beira-rio, a pensar no tempo que passa.
Fugi, para não ouvir os gritos. Mas os gritos vão atrás de mim, como se a própria terra gritasse. Uma noite difícil de suportar. Mesmo para um homem como eu que já suportara tantas noites como esta. Sozinho, a olhar para o rio e a falar com as árvores.
Não me emociono. Não me divirto. Não aprendo. Não me excito. Não me ponho em causa. Não me escandalizo. Não conheço novas pessoas, nem faço por as imaginar.
Carlos Caldeira

Fábulas de Ackoff 

«O aluno é “escolarizado” para confundir ensino com aprendizagem, passagem de ano com educação, um diploma com competência, e fluência com a capacidade de dizer uma coisa nova. A sua imaginação é “escolarizada” para aceitar utilidade em lugar de valor...
Reforma gradual e concessões à pressão estudantil, admite-o a maioria dos peritos educacionais, será o suficiente. O que é necessário é um ataque frontal à estrutura escolar existente que substitua os métodos antiquados de ensino, as relações professor-aluno impessoais ou autoritárias, e os códigos de comportamento obsoletos por novas formas e ideias em sintonia com os tempos»
Russell L. Ackoff
Carlos Caldeira

Sozinho 

Não se via ninguém. Ouvia apenas o eco dos meus passos e o chilrear de pássaros irrequietos.
Onde estariam todos? Os outros? Há meses que deambulava entre rochas e pequenas árvores, sem avistar vivalma.
Só bichos, que aproveitava para, de quando em quando, apanhar e comer. Durante meses, vivi do que a terra dava, sem ver outro ser humano, que não fosse a minha sombra reflectida num pequeno riacho.
Carlos Caldeira

Zanga com o psicólogo 

Irritei-me com o meu psicólogo. Está a esgotar a minha fonte de inspiração. Deixei-o falar um pouco, sem o ouvir. De repente, senti uma ânsia a subir-me pelas goelas acima. Gritei-lhe:
- Desculpe, mas está-me a apagar todos os meus traumas pessoais. E olhe que me tenho dado bem com eles. São meus companheiros há tanto tempo que já os tenho como bons amigos.
Carlos Caldeira

mardi, janvier 13, 2004

A Pedofilia na Madeira 

Vivi no Funchal entre Junho de 1989 e Maio de 1990. Os “meninos das caixinhas” existiam já aos montes. Todos sabiam que muitos deles eram usados e abusados por adultos, estrangeiros e portugueses, além de serem brutalmente espancados por agentes da PSP, que os “enxotavam” dos bares da marina, onde pediam esmola.
A existência da prostituição e da pedofilia era clara como água, mesmo para quem não se confrontava directamente com essas situações. Há cerca de 13 anos que não vou ao Funchal, não sei o que lá se passa agora. Mas sei, tenho a certeza, de que naquela altura alguma coisa se passava, numa ilha linda, cheia de pobreza escondida, em que soldados rasos, madeirenses, combinavam actos de violência para poderem serem presos pela instituição militar e poderem continuar a ter refeições todos os dias, na tropa.
Eu sou democrata, liberal, de direita. Mas não me venham dizer que as denúncias agora vindas a lume são obra dos comunistas. O mal existe, na Madeira também, senhor Alberto João.
Carlos Caldeira

Safa!!!!! Ia estragando o meu Blog! 

Bolas! Apaguei metade do meu template, sem ter dado por nada. Eu bem olhava para o raio do blog e só via metade dos links... Valeu-me a pouca segurança do Blogger.com e cliquei apenas uma série de vezes em "retroceder". Ufa!
Já tudo voltou ao normal.
Carlos Caldeira

Não gosto da mulher, porra! 

Há cerca de um mês, a deputada socialista Ana Gomes disse, em declarações a um dos vários telejornais portugueses que "os opositores à descriminalização do aborto são meros fundamentalistas". E, claro, disse isto que modos aos gritos, como é seu costume. Fundamentalistas? Não, minha senhora. No meu caso, apenas alguém com ideais fortes, que gosta de defender o direito à vida.
Carlos Caldeira

Tem toda a razão! 

"Portugal é um país excelente: muito boa é esta economia, que suporta tanto esbanjamento e que ainda evolui alguma coisinha."
João César das Neves - Professor Universitário
in Diário de Notícias, 12 de Janeiro de 2004
Carlos Caldeira

II Prémio Carlos Paredes 

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira recebe as candidaturas ao “II Prémio Carlos Paredes” até ao dia 15 de Janeiro. O galardão distingue o melhor Cd de música instrumental portuguesa, não erudita, de 2003. parabéns senhora presidente.
Carlos Caldeira

Jornalistas Corajosas 

A Fundação Internacional das Mulheres Jornalistas, que se define como apartidária e sem fins lucrativos, tem por objectivo reforçar o papel das mulheres no jornalismo em todo o mundo e garantir a liberdade de imprensa.
Este ano, como desde 1990, vai premiar as mulheres que tiveram excepcional força de carácter como repórteres.
Na lista das repórteres premiadas constam a espanhola Cármen Gurruchaga Basurto (2001) e a russa Anna Politkovskaya (2002).
À semelhança dos anos anteriores, a Fundação instituirá dois prémios: “Prémio Coragem no Jornalismo” e o “Prémio Carreira”, informa o Diário de Notícias.
As nomeações para a 9ª edição, que decorrerá este ano, podem ser enviadas até 15 de Março.
Que ganhe Oriana Fallaci, uma italiana que andou em várias guerras e é uma assumida anti-Arafat.
Carlos Caldeira

lundi, janvier 12, 2004

Anti-social 

Fechei-me em casa, já lá vão uns bons pares de meses. Deixei de ver e de me dar a ver às outras pessoas. Só assim me evito a responder a perguntas idiotas.
Sinto-me como que num pesadelo, em que grito sem que me possam ouvir.
O meu desgosto é apenas uma variação da mesma história de sempre, eu sei.
Preciso de ajuda, seja lá o que isso for.
É tarde, quero dormir e não tenho sono. Fecho os olhos, volto a abri-los. Viro-me para um e outro lado. Torno-me a levantar. Chego-me à janela, acendo um cigarro e olho em frente, sem pensar, sem olhar.
Depois de um longo período de silêncio, apenas quebrado de vez em quando, ouço ruídos para além da chuva. O que será?
Apenas dois apaixonados. Chapinham na água, encharcando fatos e vestidos de água e de desejos. Aqueles estão ainda ligados à vida. De uma maneira ou de outra.
Olhei os seus passos, os seus sorrisos, encantado com a força do amor. Estranho, singular e perturbante. Tive a sensação de estar a assistir a algo que suplanta a vida.
Acorda. É sempre a mesma cantiga.
Vá lá, sê útil. Isto está um caos, precisa de ordem.
Acho que é tempo de enterrar o passado.
“Sabes como sou, um desastre ambulante. Além disso estou ocupada”, sussurra-me a consciência.
Carlos Caldeira

Gostei de ler 

“Agustina é a figura essencial na ficção, não tem parceiro. Ao pé dela, falar do Saramago é como falar do cão…”
Luiz Pacheco; in Diário de Notícias,
7 de Janeiro de 2004
Carlos Caldeira

Preso 

Vivo o presente preso a um passado longínquo, que me marcou profundamente. Mas o passado não se pode apagar. E eu, se quero seguir em frente, tenho de me entender com o passado. Esta é a última forma de sobreviver ao presente no futuro.
Carlos Caldeira

Viajante 

Adoro o ócio, bem aproveitado. Acho que nasci para ser um eterno viajante, acompanhado de uma caneta e de vários cadernos de anotar a vida e o que me dá na real gana. Anotar tudo, mesmo que vá inventando uma e outra coisa. Conhecer novas gentes, novas culturas, descobrir o imaginável.
Apetece-me viajar pelos países dos outros.
Carlos Caldeira

"Nada como a distância para embelezar as pessoas."
Nina Fitzgerald - Clube das Almas Inquietas
Em conversação, via e-mail, com a Nina, saiu esta linda frase, que não resisti em aqui anotar.
Carlos Caldeira

Já estava a ficar assustado... 

Desde quinta-feira que aqui não punha os pés. Já estava a ficar assustado e nervoso. É a carência. Faltava-me a blogosfera.
Vou beber um cafezinho, escrever qualquer coisa e já aqui volto para mais um, ou dois, post's.
Carlos Caldeira

jeudi, janvier 08, 2004

Férias 

Tenho o mapa de férias à minha frente. Tento escolher as semanas com feriados, mas não as encontro. Que raio de ano.
Carlos Caldeira

Pode ser isso mesmo 

A minha filha – que sempre adorou a escola -, veio pela primeira vez pedir para ficar em casa.
“Dói-me o corpo todo. Estou doente”, disse-me ela. E eu respondi-lhe: “deve ser reumático. É o peso da idade”.
A minha mais-que-tudo, ficou uns segundos a olhar para mim, muito séria, e, acto contínuo, diz-me: “não sei o que é isso. Mas olha que pode ser isso mesmo. Amanhã é melhor não ir à escola”.
Carlos Caldeira

mercredi, janvier 07, 2004

Quarta-feira... 

Bolas! Depois de duas semanas quase de férias, esta quarta-feira está a ser tramada: vou ficar a trabalhar até tarde e sem tempo para o meu blog.
Carlos Caldeira

Que se lixe o anonimato! 

Que se lixe. Que se lixe o meu anonimato. Chamo-me Carlos Caldeira. Sou jornalista na área económica, e isto do blog, nada tem a ver com economia. Mas, nós sempre gostamos de escrever sobre mais alguma coisa; não é verdade? Claro que é! Riscar uma folha em branco, ou uma página de blog em branco, é das coisas que mais gostamos.
CC
abcd2003@tiscali.fr

mardi, janvier 06, 2004

Alguém que eu conheço... 

É um inconsciente no que diz respeito ao que respeita aos outros. Apenas sabe de si. Dos outros espera apenas que se preocupem consigo, que o lembrem e nunca o esqueçam.
CC
abcd2003@tiscali.fr

The Old Man tem toda a razão! 

"Eu acredito piamente, que se a intensidade dos sentimentos no Natal e Ano Novo fosse proporcional à concentração de glícidos e lípidos, teríamos de imediato o fim da fome em África, bem como o advento da Paz Universal desde Carcavelos até à Nebulosa do Caranguejo."
The Old Man
abcd2003@tiscali.fr

Gosto desta Apologia 

"Ser pessimista tem sérias vantagens. Julgo que alguns nunca pensaram nisso.
Quando algo de bom acontece, contra todas as nossas expectativas, sentimos a alegria extraordinária do sucesso imprevisto.
Quando os nossos prognósticos se verificam, não nos apanham desprevenidos: é mau, mas já estávamos à espera. Resistimos melhor."
Manuel - O Sexo dos Anjos
abcd2003@tiscali.fr

Ausente 

A minha cabeça está cá mas não está. Ando desorientado. Esqueço os dias mais importantes, e também os de menos importância. Os dias de aniversário e os outros. À primeira vista isso pode não ter qualquer importância, uma vez que são poucos os que se lembram dos meus dias festivos. Mas não, como assim.
CC
abcd2003@tiscali.fr

Ser diferente 

Não tens de ser o que és. Não tens de ser como és. Podes ser diferente, como quiseres, como te apetecer.
CC
abcd20032tiscali.fr

Cansado! 

Estou aqui a pensar sem pensar em nada, que a mente em nada me deixa pensar, não consigo, não posso. Cansa-me, deixa-me de rastos, só o facto de ter de pensar... Pensar que tenho de pensar, cansa-me, merda.
CC
abcd2003@tiscali.fr
P.S. - Hoje acordei com os pés de fora!

Farto da NetCabo 

Acordo de manhã, ligo a televisão para saber das notícias e a TVCabo está sem sinal. Ontem não ouvi o Presidente da República, nem vi o Telejornal, porque a TVCabo estava sem sinal. Hoje de manhã foi o mesmo. E sempre que isto me acontece fico sem Internet. Desta vez vou reclamar. Estou a anotar as horas em que estou sem serviço. Vou pedir que me descontem todo esse tempo na minha factura. O ideal seria todos fazermos o mesmo, a ver se eles se decidem por melhorar o serviço.
CC
abcd2003@tiscali.fr

Frase do dia 

“É um bom exercício mental fazer uma crítica demolidora quando se está de acordo.”
Do meu amigo Joaquim Godinho
abcd2003@tiscali.fr

lundi, janvier 05, 2004

Gostei de ler no Dias Coloridos 

"Viver é como desenhar sem borracha."
Inha - Dias Coloridos
abcd2003@tiscali.fr

Teoria política no Terras do Nunca 

"Se quiserem mais um pouco de teoria política esquizóide, aí vai: os blogues de direita fizeram (longas) férias de Natal e Ano Novo, os blogues de esquerda mantiveram-se activos. Alguém discorda?", diz o Terras do Nunca.
Eu concordo perfeitamente. Os blogs da Direita defendem os valores da família e como tal viveram estes últimos dias em família. Os da Esquerda mantiveram-se activos porque há coisas mais importantes que a família. :-)
CC
abcd2003@tiscali.fr

Atentado ou acidente? 

O Ansar el-Haq (Os defensores da Justiça) – um grupo de fanáticos que ninguém conhece –, reivindicou hoje o "atentado" contra o avião egípcio que caiu no sábado no Mar Vermelho.
Ao que parece, o grupo está baseado no Iémen, de onde é originária a família de Usama bin Laden, o chefe da rede terrorista Al-Qaida.
No entanto, a companhia aérea egípcia Flash Airlines, proprietária do avião que se despenhou, estava banida do espaço aéreo suíço desde Outubro de 2002. E vários aparelhos da mesma empresa foram já obrigados a fazer aterragens de emergência em aeroportos europeus.
Foi acidente e o Grupo Islâmico está a aproveitar-se do sucedido para lançar a confusão, ou foi mesmo atentado? Temos de esperar pelo aparecimento da caixa negra do avião.
CC
abcd2003@tiscali.fr

Estou que nem posso 

Depois de duas semanas passadas numa espécie de mini-férias, com festejos pelo meio, torna-se difícil voltar ao trabalho. O corpo desadapta-se facilmente à rotina diária casa-trabalho-casa. Estou aqui que nem posso. Já fui umas cinco vezes ao café. A tentar enganar a mente, como que a dizer-lhe que ainda estou de fim-de-semana. Mas o cérebro recusa esta ideia; sabe que estou de volta ao trabalho e não há forma de enganar.
Acho que estou a precisar de férias.
CC
abcd2003@tiscali.fr

Problems… 

Ontem não conseguia visualizar o meu blog. Sempre que escrevia o endereço da página ia ter à página inicial do blogger.com. Isto aconteceu a mais alguém?
Thanks
CC
abcd2003@tiscali.fr

dimanche, janvier 04, 2004

No Alentejo 

Vale bem a pena contemplar paciente e demoradamente o que a vista nos alcança e, por estranho que pareça, ouvir o que o silêncio teima em nos dizer.
CC
abcd2003@tiscali.fr

Voltei! 

É a isto que se pode chamar umas mini-férias de blog.
CC
abcd2003@tiscali.fr

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Autor: Gustavo Aleixo Weblog Commenting by HaloScan.com
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