mardi, novembre 18, 2003
Outra vez a Allende
O meu amigo Joaquim Godinho escreveu acerca do meu post sobre a Isabel Allende:
"Gostei do texto da Isabel Allende. Eu não li muita coisa dela, os livros estão caros e as bibliotecas aqui são raras.
Embirras com a senhora por ser de esquerda ou pelo nome que usa?
Essa da burocracia ser património da esquerda, não concordo. Aliás, ela sabe do que fala, provem de uma das sociedades mais conservadoras e isoladas do mundo por razões históricas, geográficas e até pela forma do Chile, uma língua estreita entalada entre os Andes e o pacífico, e vive numa das menos conservadoras do mundo. Eu não acho que a economia americana seja de direita, até porque qualquer um tem oportunidade de evoluir e os novos ricos não são mal vistos. É muito mais difícil saltar as barreiras na Velha Europa."
E eu respondo:
Embirro só com o facto de a senhora estar sempre a dizer que é de esquerda, quando os pensamentos dela vagueiam pela direita e o centro. No livro, ela chega mesmo a chamar de utópico ao Salvador Allende. Quanto ao Pinochet, acho-o um militar parvo, sem cultura geral e, muito menos, económica. Teve a sorte de os norte-americanos da consultora Catos lhe ter ido bater à porta e, só por isso, o Chile tem agora o sistema privado de pensões mais rentável do mundo (os descontos de cada trabalhador rendem 13% o ano!). Facto muito bem aproveitado pelos últimos governos socialistas (eleitos democraticamente).
Mas, nas minhas linhas, disse também que a burocracia era típica das ditaduras de direita (Salazar, Pinochet, Franco, Mussolini).
Eu sei o preço dos livros; tenho-me resignado a comprar a colecção Mil Folhas, do Público, a aparecer mais nas feiras do livro mensais, na Expo, assim como a vasculhar os saldos da Fnac. E, quando posso, peço-os às editoras, com a desculpa do jornalismo - e assim cheguei ao ponto de não saber bem onde arrumar os livros, por falta de móveis no escritório.
Quando falo de direita e esquerda, refiro-me sempre à política económica. E é claro que nos EUA, não existindo muita legislação (típico da direita económica), não existe tanta burocracia.
É claro que continuarei a ler Allende, sempre que ela escreva algo de novo; que acredito será algo de bom.
CC
abcd2003@tiscali.fr
"Gostei do texto da Isabel Allende. Eu não li muita coisa dela, os livros estão caros e as bibliotecas aqui são raras.
Embirras com a senhora por ser de esquerda ou pelo nome que usa?
Essa da burocracia ser património da esquerda, não concordo. Aliás, ela sabe do que fala, provem de uma das sociedades mais conservadoras e isoladas do mundo por razões históricas, geográficas e até pela forma do Chile, uma língua estreita entalada entre os Andes e o pacífico, e vive numa das menos conservadoras do mundo. Eu não acho que a economia americana seja de direita, até porque qualquer um tem oportunidade de evoluir e os novos ricos não são mal vistos. É muito mais difícil saltar as barreiras na Velha Europa."
E eu respondo:
Embirro só com o facto de a senhora estar sempre a dizer que é de esquerda, quando os pensamentos dela vagueiam pela direita e o centro. No livro, ela chega mesmo a chamar de utópico ao Salvador Allende. Quanto ao Pinochet, acho-o um militar parvo, sem cultura geral e, muito menos, económica. Teve a sorte de os norte-americanos da consultora Catos lhe ter ido bater à porta e, só por isso, o Chile tem agora o sistema privado de pensões mais rentável do mundo (os descontos de cada trabalhador rendem 13% o ano!). Facto muito bem aproveitado pelos últimos governos socialistas (eleitos democraticamente).
Mas, nas minhas linhas, disse também que a burocracia era típica das ditaduras de direita (Salazar, Pinochet, Franco, Mussolini).
Eu sei o preço dos livros; tenho-me resignado a comprar a colecção Mil Folhas, do Público, a aparecer mais nas feiras do livro mensais, na Expo, assim como a vasculhar os saldos da Fnac. E, quando posso, peço-os às editoras, com a desculpa do jornalismo - e assim cheguei ao ponto de não saber bem onde arrumar os livros, por falta de móveis no escritório.
Quando falo de direita e esquerda, refiro-me sempre à política económica. E é claro que nos EUA, não existindo muita legislação (típico da direita económica), não existe tanta burocracia.
É claro que continuarei a ler Allende, sempre que ela escreva algo de novo; que acredito será algo de bom.
CC
abcd2003@tiscali.fr