jeudi, novembre 13, 2003
Gosto de Isabel Allende, mas…
Isabel Allende – "O Meu País Inventado"
“O funcionário público deve compreender desde o seu primeiro dia na repartição que qualquer sinal de iniciativa ditará o fim da sua carreira, porque não está ali para exibir méritos, mas para alcançar dignamente o seu nível de incompetência. O propósito de mover papéis com selos e carimbos de um lado para o outro não é resolver problemas, mas impedir soluções. Se os problemas se resolvessem, a burocracia perderia poder e muita gente honesta ficaria sem emprego; pelo contrário, se piorarem, o Estado aumenta o orçamento, contrata mais gente e assim diminui a taxa de desemprego e todos ficam contentes. O funcionário abusa da sua migalha de poder, partindo do princípio de que o público é seu inimigo, sentimento que é plenamente correspondido. Foi uma surpresa comprovar que nos Estados Unidos basta ter uma carta de condução para se movimentar no país e a maioria das questões é resolvida por correio. No Chile, o empregado de turno exigiria ao solicitante prova de que nasceu, não está preso, pagou os seus impostos, se recenseou para votar e continua vivo, porque mesmo que esperneie para provar que não morreu, mesmo assim não fica isento de apresentar um «certificado de sobrevivência». Como será agora, que o governo criou uma repartição para combater a burocracia? Os cidadãos podem reclamar quando são maltratados e acusar os funcionários ineptos… em papel selado com três cópias, claro. Recentemente, para passar a fronteira com a Argentina num autocarro de turismo tivemos de esperar hora e meia enquanto nos revistavam os documentos. Era mais fácil saltar o antigo muro de Berlim. Kafka era Chileno.”
Estou a acabar de ler este livro da Allende. Acho que li todos os livros da senhora. E gosto muito. Irrita-me apenas a mania de se declarar de esquerda, quando o não é. Basta ler com atenção o excerto do livro que aqui copio.
A burocracia é típica de países socialistas, comunistas, esquerdistas e de ditaduras de direita. É por isso, que tal como no Chile, Portugal é um país extremamente burocrata, com réstias do “reinado” de Salazar e excesso de tiques socialistas e socializantes. É ridículo que a nossa Constituição tenha um artigo dedicado à desburocratização!
Nos países de direita económica, como os EUA, onde reside Isabel Allende, a burocracia é diminuta. O funcionário dos serviços públicos está ali para atender o público e não para servir o seu chefe.
CC
abcd2003@tiscali.fr
“O funcionário público deve compreender desde o seu primeiro dia na repartição que qualquer sinal de iniciativa ditará o fim da sua carreira, porque não está ali para exibir méritos, mas para alcançar dignamente o seu nível de incompetência. O propósito de mover papéis com selos e carimbos de um lado para o outro não é resolver problemas, mas impedir soluções. Se os problemas se resolvessem, a burocracia perderia poder e muita gente honesta ficaria sem emprego; pelo contrário, se piorarem, o Estado aumenta o orçamento, contrata mais gente e assim diminui a taxa de desemprego e todos ficam contentes. O funcionário abusa da sua migalha de poder, partindo do princípio de que o público é seu inimigo, sentimento que é plenamente correspondido. Foi uma surpresa comprovar que nos Estados Unidos basta ter uma carta de condução para se movimentar no país e a maioria das questões é resolvida por correio. No Chile, o empregado de turno exigiria ao solicitante prova de que nasceu, não está preso, pagou os seus impostos, se recenseou para votar e continua vivo, porque mesmo que esperneie para provar que não morreu, mesmo assim não fica isento de apresentar um «certificado de sobrevivência». Como será agora, que o governo criou uma repartição para combater a burocracia? Os cidadãos podem reclamar quando são maltratados e acusar os funcionários ineptos… em papel selado com três cópias, claro. Recentemente, para passar a fronteira com a Argentina num autocarro de turismo tivemos de esperar hora e meia enquanto nos revistavam os documentos. Era mais fácil saltar o antigo muro de Berlim. Kafka era Chileno.”
Estou a acabar de ler este livro da Allende. Acho que li todos os livros da senhora. E gosto muito. Irrita-me apenas a mania de se declarar de esquerda, quando o não é. Basta ler com atenção o excerto do livro que aqui copio.
A burocracia é típica de países socialistas, comunistas, esquerdistas e de ditaduras de direita. É por isso, que tal como no Chile, Portugal é um país extremamente burocrata, com réstias do “reinado” de Salazar e excesso de tiques socialistas e socializantes. É ridículo que a nossa Constituição tenha um artigo dedicado à desburocratização!
Nos países de direita económica, como os EUA, onde reside Isabel Allende, a burocracia é diminuta. O funcionário dos serviços públicos está ali para atender o público e não para servir o seu chefe.
CC
abcd2003@tiscali.fr