samedi, septembre 27, 2003
Consciência
Seis da tarde. Acabou o sol, que deu lugar à noite, acompanhada da Lua, e das estrelas escondidas entre uma e outra nuvem. Os automóveis começaram a acender as luzes, de modo a enganar a escuridão. Os candeeiros de rua continuam apagados, ainda desorientados, enganados, pela nova hora – um Inverno em que os termómetros persistem em não descer abaixo dos 22ºC.
Acendi um cigarro. Olhei para o empregado de mesa como quem quer alguma coisa – e queria mesmo. Pedi um gin. O segundo; a pensar na vontade que tenho de beber uns atrás dos outros. Só para ter a consciência de que fico inconsciente. Que esqueço tudo o que me lembro. Que lembro tudo o que me esqueço. Sentir que não sinto nada, nem me sinto a mim. Nem ao mundo. Os outros.
Levantei a cabeça enquanto fumava mais um pouco do meu cigarro – já quase no fim; tal não é a ansiedade provocada pela falta de nicotina -, e reparei novamente na rua. Na rua cheia de carros, de pessoas que sobem, outros que descem, direitas ao seu destino – e outras sem destino. As luzes dos candeeiros de rua começaram a acender-se, assim como que a medo, num pisca-pisca, apaga-acende.
A noite caiu e a cidade ilumina-se. É a vida com luz. Uma roda vida de carros e gentes com pressa, sempre com pressa. E eu, sem pressas, borrifando-me para o tempo, o tempo que passa. Se pudesse parar o tempo, num tempo certo, deixava-o parado ali, para sempre, naquele momento, um momento certo, definido, lindo.
CC
abcd2003@tiscali.fr
Acendi um cigarro. Olhei para o empregado de mesa como quem quer alguma coisa – e queria mesmo. Pedi um gin. O segundo; a pensar na vontade que tenho de beber uns atrás dos outros. Só para ter a consciência de que fico inconsciente. Que esqueço tudo o que me lembro. Que lembro tudo o que me esqueço. Sentir que não sinto nada, nem me sinto a mim. Nem ao mundo. Os outros.
Levantei a cabeça enquanto fumava mais um pouco do meu cigarro – já quase no fim; tal não é a ansiedade provocada pela falta de nicotina -, e reparei novamente na rua. Na rua cheia de carros, de pessoas que sobem, outros que descem, direitas ao seu destino – e outras sem destino. As luzes dos candeeiros de rua começaram a acender-se, assim como que a medo, num pisca-pisca, apaga-acende.
A noite caiu e a cidade ilumina-se. É a vida com luz. Uma roda vida de carros e gentes com pressa, sempre com pressa. E eu, sem pressas, borrifando-me para o tempo, o tempo que passa. Se pudesse parar o tempo, num tempo certo, deixava-o parado ali, para sempre, naquele momento, um momento certo, definido, lindo.
CC
abcd2003@tiscali.fr